Vinte e poucos anos ...

Esses dias eu estava lendo sobre o crescimento da lagosta, quando o que tem dentro da casca se sente sufocado e é necessário todo um processo para que a casca fique adequada para si mesmo. Ele andava assim ultimamente, incomodado com o tamanho da casca que o protegia. Conversando com os amigos percebeu que todos em alguma hora ou quase sempre sentia-se assim também. É o mesmo que  " usar roupas que não nos cabem mais". A vida era tudo o que esperava, mas porque ainda ficar prestando atenção a opinião alheia? Resolveu tirar esse pedacinho dessa casca. Andou tão calado nos últimos meses. Tirou mais este pedacinho de casca que estava o fazendo sentir inquieto nos últimos tempos. Ah! Ainda tinha mais aquela insegurança boba que tinha sem motivos. Ele nem sabia quais motivos. Dedicou-se tanto tempo no que é hoje. Quer saber? Tira este pedacinho também. E renovou-se. Quando saísse dali estaria com a roupa adequada pra ocasião. Talvez seu processo de troca fosse mais intenso, e...

" - Caramba, casou tão nova né? " " - Já tem um filho e a faculdade? " " - Agora que terminou a faculdade já está na hora de casar, né? " " - Deus deveria acabar com a maldade do mundo, não acha? " " - Olha fulana, não tem vergonha disso. " A vida dos outros é interessante. Parece que tudo vai bem ou mal na perspectiva de cada ser que observa. E como vai a sua? Está trabalhando? Poxa! Desempregado? E os filhos? Valha! Ainda não fazem faculdade. Maria, mulher te acalma. Maria e tua vida? Como anda? A vida dos outros é mais interessante para alguns quando é passada de boca em boca em forma de fofoca e aumentando um ponto de brinde daqueles que contam o conto. Socorro! Guarda pra você Maria. Deixa fulana e vai viver, ela está fazendo isso. Fulana está errando, mas vivendo. A existência não é isso? Uma busca para sermos melhor que ontem? É necessário erros e ralar o joelho, não lembra quando foi aprender andar de bicicleta? Eu ...

Hoje eu a vi. Estava mais completa que antes. Quando falo dela ser completa é ter um equilíbrio entre sanidade e loucura, ser normal e estar enquadrada nunca foi seu forte, aliás não por obrigação, mas se a escolha dela fosse cheias de regras seguiria feliz, sempre levou escolhas muito a sério. Hoje a vejo contando cada sonho realizado, cada conquista material e neste exato momento eu soube de sonhos, nada material. Nunca canso de dizer que ela é improvável, a cabeça vive a mil pensamentos. Hoje conversei com ela sobre seus sonhos e para sua nova fase, ela acredita demais que cada aniversário deve ter um marco, descobri que tudo que deseja é imaterial. Hoje ela não deseja ganhar a melhor roupa, mil e umas bugigangas que tem a sua cara como dizem por aí. Descobri que amanhã ela quer ser incrivelmente ser feliz, mesmo com algumas lágrimas de desespero. O que seria a narrativa de sua vida sem algum drama para balançar o leitor? Sore as coisas imateriais que deseja, não é um amor para s...

Então você fala dos sentimentos como espinhos que rasgaram tua alma, concordo em partes, mas posso mudar de ideia se você refletir e justificar que nunca foi espinho e por toda esta vida passou de vida em vida apenas perfumando outros corações. Então, tenho que concordar com sua afirmação ? Claro que não. Nem eu moça, fui os dois. Fui espinho e flor em momentos errados e certos, confesso que já me feri com meus próprios espinhos. Engraçado não? Um dia desses estava pensando se algumas feridas feitas com outros espinhos são intencionais da vida. Discorda? Você já pensou que existe no mundo uma flor com uma particularidade de perfume específica para cada marca de espinho deixada na alma? Eu acredito! Já vi estas flores nascendo das mais diversas formas. Já vi elas achando que a vida acabou, mas então nasceu um brotinho de esperança. Já vi flores arrebentando o cimento, coisas que nós humanos achamos improváveis até que nos colocamos na condição de flor e de desejarmos viver, então tud...