Hoje eu a vi. Estava mais completa que antes. Quando falo dela ser completa é ter um equilíbrio entre sanidade e loucura, ser normal e estar enquadrada nunca foi seu forte, aliás não por obrigação, mas se a escolha dela fosse cheias de regras seguiria feliz, sempre levou escolhas muito a sério. Hoje a vejo contando cada sonho realizado, cada conquista material e neste exato momento eu soube de sonhos, nada material. Nunca canso de dizer que ela é improvável, a cabeça vive a mil pensamentos. Hoje conversei com ela sobre seus sonhos e para sua nova fase, ela acredita demais que cada aniversário deve ter um marco, descobri que tudo que deseja é imaterial. Hoje ela não deseja ganhar a melhor roupa, mil e umas bugigangas que tem a sua cara como dizem por aí. Descobri que amanhã ela quer ser incrivelmente ser feliz, mesmo com algumas lágrimas de desespero. O que seria a narrativa de sua vida sem algum drama para balançar o leitor? Sore as coisas imateriais que deseja, não é um amor para sempre, claro que ela quer, mas não como prioridade. Ela só deseja conservar a alma livre, descobrir-se a cada dia e durante 24 horas ir de um extremo ao outro. Foram tantos desejos realizados durante tantos breves aniversários. E dessa vez? Ela espera surpresa, pelo menos por enquanto, pelo que a conheço amanhã já terá inventado mil arrumações para viver. 22. Vinte e dois. Não é número feio nem bonito, lembra dois patinhos na lagoa. São tão iguais que causa estranheza e palidez, o que esperar então? Não encontrou resposta ainda, mas enquanto não sabe o seu drama estar por aí. Vinte e dois? Socorro! Quando estava previsto isto? Passou tão depressa que a pegou de surpresa. Então por tudo que a conheço eu sei que ela vai no improviso, para todos os efeitos ela só quer viver.
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